Uma reflexão
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O salário mínimo costuma ser tema de escolha para governos mostrarem força no Legislativo e compromisso com a austeridade fiscal.
Bem dizia o presidente recém saído. A coisa mais difícil que tem é o governo convencer de que é bom dar dinheiro para o pobre. Sempre vira sinônimo de gastança.
Já as renúncias fiscais, os subsídios generosos, as eternas renegociações de dívidas com bancos públicos e o socorro a banqueiros amigos preferem enquadrar-se na rubrica das coisas justas, necessárias mesmo para o bom andamento da economia.
Sem falar na despesa com os juros. Que, curiosamente, nunca entra nos discursos sobre o custeio.
Apesar de ser custeio.
O governo pode até vencer a batalha do mínimo no Congresso, mas no plano simbólico já arrumou um primeiro problema. Seu embate fundador dar-se-á num alinhamento desconfortável. O governo estará ao lado dos ricos e dos egoístas subjugando o Legislativo para impor um reajuste mixuruca ao salário mínimo, que é muito importante para os mais pobres.
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Alon Feuerwerker (in "Excesso para queimar")
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