domingo, 27 de fevereiro de 2011

FILOSOFIA PRIMEIRA (Elio Gaspari)

Está chegando às livrarias "Lições de Filosofia Primeira", do professor José Arthur Giannotti.
É uma obra erudita, severa, lição mesmo, daquelas que pedem ao leitor que vá devagar, buscando a compreensão de cada parágrafo, obrigado a acompanhar os raciocínios do autor.
Vai da Grécia antiga ao século 20, chegando ao que Giannotti considera o grande dilema da filosofia contemporânea. Para um lado foi Martin Heidegger e para outro, Ludwig Wittgenstein.
Giannotti narra, não polemiza nem julga. Até onde lhe foi possível, batalhou para tornar o discurso acessível. Explicando a teoria da figuração do "Tractatus logico-philosicus" de Wittgenstein, recorreu ao mapa das estações de metrô de São Paulo. Em outros casos, para manter o nível de seu texto, obriga o leitor a ir ao dicionário.
Psitacismo, por exemplo, é o efeito retórico repetitivo dos papagaios.
Giannotti é um intelectual de brava militância política. Seu texto filosófico vai por outra banda, a da reflexão em torno do pensamento, sem preocupação com as divisões do presente.
Enfim um livro de filosofia no qual Karl Marx é um coadjuvante, com duas rápidas aparições.
A leitura de "Lições" dá um trabalho danado, mas Giannotti informa: "Deu mais trabalho escrever".

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