No momento em que o debate sobre o sistema de cotas patina no Congresso, a Universidade de Campinas prepara um salto nos projetos de ação afirmativa: a introdução firme da meritocracia como critério de concessão de benefícios.
Começam no mês que vem as aulas da primeira turma do ProFis, programa que destina 120 vagas para estudantes do sistema público do município paulista. O critério de escolha é a nota no Enem. O melhor aluno de cada escola pública da cidade tem matrícula garantida. Simples. Nada de vestibular, análise curricular, avaliação de patrimônio etc. Se o primeiro colocado numa escola abrir mão, a chance é passada ao segundo -e assim por diante.
Os inscritos terão dois anos de aulas nas áreas de humanas, exatas e biológicas, além de cursos de informática e inglês. Serão 1.600 horas em classe. Quem enfrentar dificuldades terá a ajuda de monitores.
Trata-se de um colchão multidisciplinar para capacitar esses egressos do sistema público para a etapa seguinte do ProFis: a matrícula instantânea em qualquer um dos cursos regulares da Unicamp, de acordo com a preferência do aluno.
O projeto não tira o lugar de ninguém. Serão criadas vagas adicionais para acolher os que terminarem o primeiro ciclo e quiserem/puderem continuar os estudos.
Para estimular que o escolhido cumpra os dois primeiros anos, o ProFis distribuirá vale-transporte, auxílio-alimentação e uma bolsa pouco acima do salário mínimo.
A ideia nasceu de um diagnóstico inquietante. Nos vestibulares de 2008 e 2009, 70% das escolas públicas de Campinas não conseguiram colocar nem um aluno sequer na maior universidade local.
Hoje, mais de 70% das universidades federais e estaduais públicas do país já oferecem algum programa de inclusão. A ação afirmativa é realidade. O desafio é aprimorá-la -e, de preferência, associá-la ao ensino médio público. A iniciativa da Unicamp mostra um caminho.
melchiades.filho@grupofolha.com.br
BRASÍLIA - No momento em que o debate sobre o sistema de cotas patina no Congresso, a Universidade de Campinas prepara um salto nos projetos de ação afirmativa: a introdução firme da meritocracia como critério de concessão de benefícios.
Começam no mês que vem as aulas da primeira turma do ProFis, programa que destina 120 vagas para estudantes do sistema público do município paulista. O critério de escolha é a nota no Enem. O melhor aluno de cada escola pública da cidade tem matrícula garantida. Simples. Nada de vestibular, análise curricular, avaliação de patrimônio etc. Se o primeiro colocado numa escola abrir mão, a chance é passada ao segundo -e assim por diante.
Os inscritos terão dois anos de aulas nas áreas de humanas, exatas e biológicas, além de cursos de informática e inglês. Serão 1.600 horas em classe. Quem enfrentar dificuldades terá a ajuda de monitores.
Trata-se de um colchão multidisciplinar para capacitar esses egressos do sistema público para a etapa seguinte do ProFis: a matrícula instantânea em qualquer um dos cursos regulares da Unicamp, de acordo com a preferência do aluno.
O projeto não tira o lugar de ninguém. Serão criadas vagas adicionais para acolher os que terminarem o primeiro ciclo e quiserem/puderem continuar os estudos.
Para estimular que o escolhido cumpra os dois primeiros anos, o ProFis distribuirá vale-transporte, auxílio-alimentação e uma bolsa pouco acima do salário mínimo.
A ideia nasceu de um diagnóstico inquietante. Nos vestibulares de 2008 e 2009, 70% das escolas públicas de Campinas não conseguiram colocar nem um aluno sequer na maior universidade local.
Hoje, mais de 70% das universidades federais e estaduais públicas do país já oferecem algum programa de inclusão. A ação afirmativa é realidade. O desafio é aprimorá-la -e, de preferência, associá-la ao ensino médio público. A iniciativa da Unicamp mostra um caminho.
melchiades.filho@grupofolha.com.br
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