quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Salário mínimo - heranças e perguntas sem respostas

Heranças
Ontem concluiu-se o debate sobre o salário mínimo. Algumas perguntas ficaram sem resposta.

Uma já foi feita aqui, mas não custa repetir. Se o governo não pode pagar agora um centavo além dos R$ 545, como poderá, responsavelmente, pagar R$ 620 daqui a menos de um ano? Um reajuste de 14%. Oito pontos percentuais acima da inflação.

A receita crescerá tanto assim daqui até lá? Claro que não. Então o governo tem dinheiro, mas quer usar de outro jeito.

Outra pergunta. Se a herança de Luiz Inácio Lula da Silva é melhor do que a deixada por Fernando Henrique Cardoso, por que Lula pôde dar aumento real ao salário mínimo em 2003 e Dilma Rousseff não pode dar agora em 2011?

Isso e o corte orçamentário bem maior do que oito anos atrás autorizam a desconfiar de que algo na herança econômica de Lula não é tão cor de rosa assim.

Verdade que o primeiro governo do PT aplicou de cara um aperto monetário bem mais violento do que o atual, mas sempre é bom notar que a inflação agora é um assunto ainda aberto, pois o chamado mercado não parece botar muita fé na austeridade deste governo.
(Alon Feuerwerker)

Um comentário:

  1. `Comparação do PT agora e no governo FHC não tem sentido

    São estas regras que garantem o reajuste do mínimo, já no ano que vem, para valor superior aos R$ 600,00 defendidos, demagógica e irresponsavelmente, pela oposição e por seu candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS), na campanha eleitoral do ano passado.

    Comparar nossa posição de petistas em votações do salário mínimo durante o governo FHC com a votação de ontem, como fez um senador tucano, não tem nenhum sentido. Não guarda a mínima coerência, a comparação sequer é possível.

    Por quê? Porque aqueles 8 anos de governo do tucanato foram de arrocho salarial, enquanto a gestão Lula reajustou o salário mínimo em 74% dentro de sua política de concessão de aumentos reais, sempre acima dos índices de inflação.

    O mesmo fará, também, o governo Dilma, dando prosseguimento àquela política do presidente Lula - no caso, agora, um mero cumprimento da Lei Salarial aprovada pelas duas Casas do Congresso`. (blog do ze)

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