Para José Penna, rebelião de "marineiros" "não é nada de mais"
Bernardo Mello Franco
SÃO PAULO - Pressionado pelo grupo da ex-senadora Marina Silva, o presidente do PV, José Luiz Penna, afirmou ontem à Folha que não vai renunciar e que continuará no comando da sigla enquanto tiver maioria na Executiva Nacional.
No cargo desde 1999, o deputado disse que a crise instalada pela rebelião dos "marineiros", que ameaçam sair e fundar uma nova legenda, "não é nada demais".
"Estou tranquilo. Enquanto merecer a confiança da maioria do partido, vou continuar trabalhando", disse.
Penna ironizou as críticas da ex-presidenciável, que tenta substituí-lo por um aliado para controlar a sigla.
"Ser presidente de partido talvez só seja pior do que ser presidente da Funai. Ninguém pode querer um troço desse. É uma dureza."
Ele afirmou que a Executiva é "soberana" e não acreditar na saída de Marina. "A margem para entendimento é muito grande."
Penna se irritou ao comentar as críticas do presidente do diretório paulista do PV, Maurício Brusadin, que o acusa de tentar afastá-lo para atingir Marina. "É mentira. Não houve porra nenhuma. Isso é uma bobeira."
Ele ainda disse que apoiaria uma aliança com o PSD, o futuro partido de Gilberto Kassab (DEM), na eleição municipal de 2012. O prefeito tem citado o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV), entre seus possíveis candidatos.
Em ato com aliados em São Paulo, Marina propôs eleições internas até agosto e a limitação do mandato de presidente do PV a dois anos, sem reeleição.
Ela evitou falar em nova sigla, mas lembrou que já saiu do governo Lula e do PT por julgar que suas causas foram ignoradas.
O ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) defendeu a troca de comando na sigla. "É uma luta pela democracia. O partido não pode ser um feudo."
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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