quinta-feira, 19 de julho de 2012

Zé Dirceu: as desventuras de um pobre "burocrata"

O Zé Dirceu era um pobre "burocrata" do governo Lula e a gente não sabia disso. Acredite se quiser, ele não tinha influência no PT ou em nomeações e seu trabalho na Casa Civil não tinha conotação política. Essa é a linha de defesa dos advogados para tentar livrá-lo da acusação de corrupção ativa.  
 
Em memorial entregue aos ministros do STF, afirmam que não há provas de que ele beneficiava o banco BMG; influenciava a indicação de cargos no governo; tinha poder no PT; ou mantinha vínculos com o publicitário Marcos Valério. Não satisfeitos, reiteram  que o ainda hoje poderoso ex-ministro teria "papel meramente burocrático" à frente da Casa Civil.  Pode Arnaldo?
 
Além das argumentações técnicas, o memorial também traz pesadas críticas à atuação do Ministério Público e da imprensa e diz que a mídia vai protestar "contra qualquer decisão que não seja condenatória".

Para os advogados o termo mensalão foi criado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, personagem de "abalada credibilidade" e que teria atraído atenção para o caso por estar no alvo de outras denúncias de corrupção: "ele estava no foco de graves acusações relacionadas com a gravação de Maurício Marinho recebendo dinheiro nos Correios. Foi esse contexto que o levou a buscar o palanque da mídia e a inventar que parlamentares vendiam votos por uma mesada de R$ 30 mil".
 
José Dirceu se declara inocente de todas as acusações, principalmente da denúncia de corrupção ativa. A procuradoria afirma que o ex-ministro tinha ingerência sobre as ações dos dirigentes do PT, o que é rechaçado pela defesa. "Contrariando esse pífio argumento, ficou exaustivamente demonstrado que José Dirceu se afastou de todas as questões relacionadas ao Partido dos Trabalhadores ao assumir suas funções na Casa Civil". E a prova disso seria o próprio Delúbio  que já declarou ter agido sem qualquer influência do antigo ministro e  assumiu toda a responsabilidades em relação aquilo que nega ter sido o "mensalão".

E não apenas José Dirceu não sabia de nada e não tinha responsabilidade sobre nada:  "até mesmo integrantes do diretório e da executiva do PT desconheciam os empréstimos do BMG, ao Banco Rural e às empresas de Marcos Valério". No final dessa história toda "a  acusação de compra de votos é sustentada por um único e frágil pilar: Roberto Jefferson", ou seja, um homem de abalada credibilidade, que pego com a mão na cumbuca, no desespero criou toda essa história enlameando a honra de pobres e inocentes homens públicos e cidadãos acima de qualquer suspeita. 

Roberto Beling

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