Da Teoria da Evolução das espécies e a política do ES
Na
política capixaba a Teoria da Evolução funcona ao contrário. Em vez da
"progressão" temos a "regressão" da espécie, ou seja, uma evolução da espécie
política as avessas: "Teoria da Involução das
espécies"
Os primeiros anos do novo século foram anos de mudança política.
A espécie política capixaba "evoluiu" da condição de vertebrado para a de invertebrado ideológico. E a política "evoluiu" da agenda programática para uma agenda pragmática.
Nos
tempos do "Centrão", em que pontificava o "teólogo político" Roberto
Cardoso Alves, a máxima de São Francisco foi traduzida na lógica espúria
do "é dando que se recebe", ou seja, o rebaixamento da atividade
parlamentar a uma mera relação fisiológica em que cada apoio ou voto
tinha a necessária contrapartida em benesses governamentais.
Hoje,
a formação das coligações ou alianças fica reduzida a questão dos
minutos agregados ao tempo da televisão, a capilaridade das chapas de
vereadores e, na sequência, a"partilha" do botim governamental,
isto é, nomeações e cargos comissionados.
Esse
pragmatismo parte da concepção de um eleitor acrítico, desinformado e
passivo. A política como "teatro de marionetes" em que os dedos
invisíveis manipulam os fios e cordões dos personagens, sob os aplausos
da platéia deslumbrada.
Essas
digressões aparecem por conta dos últimos acertos, costuras e remendos das
composições partidárias no estado e, especialmente, na Grande Vitória.
De costura em costura, geraram coalizões eleitorais que estão mais para
"coligação Frankenstein" ou para alguma aberração genética.
De
forma prosaica, antes se falava em "casamento na delegacia", certamente
influência do espírito das festas juninas. Tem tudo a ver, não só
casamento na delegacia mas muita quadrilha na roda. E haja casamento na
delegacia! E haja quadrilha!
Certos partidos deveriam ser
registrados como associações criminosas mas seus líderes transitam
impunes nos cenários da política, muitos posando como arautos da moralidade e espumando babas de preconceitos das suas fobias
fundamentalistas e obscurantistas.
Nesse
jogo, não faltaram o desrespeito e a truculência. A democracia Interna
(já escassa), dos partidos é desconsiderada. O termo utilizado foi
"tratoragem", eu diria recidiva autoritária. Se a chamada "geopolítica"
foi derrotada e a "unanimidade bonapartista" substítuída por uma
configuração político-eleitoral de "coalizões competitivas", o velho
fantasma permaneceu e continuou a assombrar nossas noites e alimentar os
nossos pesadelos.
Na
novidade do processo, a busca do chamado "equilíbrio", se perpetraram
abusos e violências. Se o processo mudou, não mudaram determinados
métodos. No que Vitor Nunes Leal, no seu clássico "Coronelismo, enxada e
voto", definiu como mandonismo, filhotismo e clientelismo, o poder autoritário e personalista de algumas lideranças extravazou os limites da lógica e do bom senso político na "lógica dos fins justificam os meios". Políticos "jovens" e "modernos" e velhas práticas. Na feliz definição de Mariazinha Lucas, os "Neocoronéis".
Se temos neocoronéis (olha aí a involução: tínhamos Imperador), ainda bem que não temos jagunços (epa! será que não temos?) e cangaço. E se passamos por Vitor Nunes Leal, vamos a outro clássico de nossa literatura política, Rui Facó: "Cangaceiros e fanáticos". Os fanáticos? Certamente os temos.
Chega por aqui. Acabei indo por percursos que não havia pensado. E tudo por que apenas queria escrever sobre a violência cometida contra Hércules Silveira com a negação da sua candidatura a prefeito de Vila Velha e essa aliança espúria de Luciano Rezende e Magno Malta em Vitória. O negócio é deixar esses comentários para outra hora.
Excelente análise, professor! Adotarei como cartilha resumida da política capixaba.Michiel Bassul
ResponderExcluir...é necessário começar uma nova maneira de fazer essa política. Mesmo que isoladamente, pois todos acham ingênuo querer fazer de outra forma, é necessário fazer política sem concessões, de nenhuma espécie. Alianças só com quem quer discutir à vera.
ResponderExcluir...Parabéns pelo texto, professor...
ATENÇÃO:
ResponderExcluirÀ COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO - IDAF e o SINFAGRES EMITIRAM UM COMUNICADO À TODOS OS USUÁRIOS DE SERVIÇOS PRESTADOS PELO IDAF
COMUNICADO
Vitória, 18 de janeiro de 2013
Prezado (a) Senhor (a)
A Comissão de Negociação - IDAF juntamente com o Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários do Espírito Santo - SINFAGRES, representantes dos fiscais do IDAF, categoria profissional composta pelos Engenheiros Agrônomos, Engenheiros de Alimentos, Engenheiros Florestais, Médicos Veterinários e Técnicos Agrícolas, servidores efetivos do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo - IDAF - que possuem o Poder de Polícia Administrativa, Controle e Fiscalização comunicam que estão em negociação junto ao Governo do Estado buscando adequações para a categoria.
Esclarecemos que durante todo o processo buscamos junto ao Governo do Estado uma interlocução positiva visando o atendimento das adequações necessárias à categoria. Mesmo assim a administração sinaliza que as reivindicações não serão atendidas, o que, se confirmado, poderá levar a categoria dos fiscais estaduais agropecuários a adotar medidas rigorosas.
Sendo assim, tornamos público o presente comunicado objetivando minimizar os possíveis transtornos aos usuários dos serviços e à sociedade.
Sem mais para o momento, desde já agradecemos a atenção dispensada.
Atenciosamente,
Comissão de Negociação
SINFAGRES
Mas é claro que a população foi obrigada a regredir na época da pedra lascada. Sem segurança, sem saneamento e sem educação para eleger o troglodita da vez! Salve são Darcy Ribeiro, o xangô dos cafundós!!
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