sexta-feira, 6 de julho de 2012

Coisa de lôco, Tche!!! (ou agruras de um pernambucano)

Coisa de lôco, tche!!!

Os mais sarcásticos logo apelaram para a velha lei de Murphy, que reza: “Nada é tão ruim que não possa ser piorado”.

O cara tava lá no seu canto, mandato de deputado federal e secretário estadual de governo, quando a direção nacional do PT o convençou a disputar a prefeitura do Recife. Nessa história disputou as prévias do partido com o atual prefeito e candidato a reeleição não desejado pelos  caciques do partido. 

E perdeu. 

E, perdendo, foi "convencido" a retirar o nome em benefício do senador Humberto Costa que, prévias anulada, acabou imposto pelos caciques partidários.

Aí, o cara viajou para os Estados Unidos (o pessoal gosta de visitar a pátria do imperialismo), matutou e matutou (esse negócio de matutar, na verdade, é coisa de mineiro) e na volta resolveu detonar com o partido e extravazar toda sua frustação e insatisfação.

Na volta das terras do Tio Sam, Maurício Rands lança uma carta intitulada "Carta ao Povo Pernambucano" em que faz críticas à direção nacional do PT, que “autoritariamente (impôs) a retirada à minha candidatura e à do atual prefeito” e, surpreendentemente, anuncia sua desfiliação à legenda, devolvendo seu mandato ao partido. A frase é altissonante mas plena de significados: “saio da vida pública e da política partidária para exercer ainda mais plenamente a cidadania”.

E desabafa: “Depois da decisão da direção nacional do PT, impondo autoritariamente a retirada à minha candidatura e à do atual prefeito, recolhi-me à reflexão. Ponderei sobre o processo das prévias e sobre o momento político mais geral. Concluí que esgotei por inteiro minha motivação e a razão para continuar lutando por uma renovação no PT”. 

Rands e João Costa acreditaram e tentaram segurar o que, historicamente, foi chamado de democracia interna do PT. Não deu sorte, foi atropelado e triturado pela oligarquia partidária (a velha e implacável lei de ferro da oligarquia , formulada por Michels no seu clássico "Partidos Políticos").

Nessa história toda, apenas uma certeza: Ainda existem aqueles que exercem com dignidade o fazer da política. E como a política seria melhor se outros Mauricios Rands existissem.
(05/07/2012)

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