Acaba de explodir como uma bomba a notícia do fim oficial da "cotação do café" nos telejornais capixabas(!) A notícia foi confirmada na tarde de ontem por fontes palacianas - do Palácio do Café - e setores da grande mídia.
“Foi a decisão mais sábia a ser tomada”, afirmou fonte ligada à uma das maiores empresas de telecomunicações do Espírito Santo. O jornalista que não quis se identificar disse que após ser anunciado o fim do humorístico Casseta e Planeta muita coisa deve voltar a fazer sentido na televisão brasileira e que a Cotação do Café já não correspondia aos anseios da família capixaba. “Esperamos ter saído por cima”, afirmou encerrando sua declaração inesperada.
Alguns integrantes dos programas Zorra Total, Balanço Geral e A Praça é Nossa manifestaram solidariedade aos empresários do setor cafeeiro, destacam porém que com o advento da Internet, a cotação pode muito bem ser acompanhada online em qualquer lugar do Estado e que repetir pequenas variações da mesma informação toda semana é coisa impensável para a velocidade das mídias atuais. As entidades de classe ficaram indignadas com a argumentação e polemizaram perguntando se os mesmos não assistiam aos próprios programas.
Os músicos também foram pegos de surpresa com a notícia, alguns comentaram consternados que isso jamais poderia acontecer justamente no ano do centenário de Noel Rosa, poeta magistral que cantou a política do café com leite. Robertinho, Presidente da Mocidade Unida da Glória, lamentou o fato e lembra que o café foi o tema escolhido pela escola em 2006 com o samba enredo: “Quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor… Quem vai provar? Quem vai querer? Eu sou o café e meu banquete é para você”. Lembrando que esse é apenas o título da canção...
O capixaba ficou passado entre o futuro e o presente, mas a população comenta o caso com bom humor. A estudante de gastrofisioterapia natural, Quimelda Marcos lembra que a “cotação” das sacas de café era o único momento em que seu tio, um pequeno produtor rural, conseguia fazer piada com a própria pobreza. E acrescenta lenha à fogueira das vaidades: primeiro acabaram com as colunas sociais, perdemos até o Wesley! (pausa indignada) Agora é o fim da cotação do café. O que virá depois?
Essa é uma pergunta que só o tempo poderá responder...
Certamente a Cotação teve momentos marcantes na história recente do telejornalismo capixaba, mas será que ela era realmente necessária? Enquanto a pergunta que não quer calar ainda reverbera e causa polêmica, nos despedimos lembrando com carinho da velha narração inesquecível: “cotação do café Arábica tipo 6 bebida dura com até 12% de umidade e do Conilon tipo 7 com até 13% de broca e 10% de umidade, a cento e setenta e três reais a saca.”
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