As eleições de 2010 deixaram um legado. Aproximadamente 20 milhões de eleitores demonstraram que a temática do desenvolvimento sustentável não é mais uma preocupação de minorias esclarecidas, nem uma agenda para um futuro que nunca chega. Pelo contrário, trata-se de um tema urgente, necessário e oportuno, um imperativo da contemporaneidade.
A candidatura de Marina Silva à Presidência representou um novo momento na história do Partido Verde. Um número muito expressivo de antigos militantes, que estavam afastados das atividades partidárias, encontrou um novo ânimo, uma nova motivação para retomar suas atividades políticas. Além disso, milhares de novos militantes têm procurado se aproximar do PV, egressos dos mais diversos partidos e movimentos sociais, como também muitas pessoas que jamais cogitaram se filiar a um partido.
A campanha eleitoral do PV em 2010 simbolizou, para todas essas pessoas, uma nova esperança, uma nova possibilidade de exercício da cidadania ativa, uma nova oportunidade de atribuir valor e sentido à atividade política, uma nova utopia, um novo modo de fazer política.
O PV pode e deve ser a expressão política deste legado. Para isso, precisa enfrentar o desafio imediato de renovar-se, de abrir-se à participação efetiva de seus militantes e simpatizantes.
Nesta perspectiva, os signatários deste documento, filiados ao PV e simpatizantes, se colocam publicamente como um “movimento de opinião” em defesa das seguintes posições políticas:
1. Defendemos um PV que assuma uma clara posição de protagonismo político em favor de um modelo de desenvolvimento includente e sustentável, recusando o papel de coadjuvante de outros projetos políticos que não guardam coerência com seus propósitos.
2. Defendemos o cumprimento integral do acordo político que fundamentou a filiação de Marina Silva ao PV, onde se previa a abertura de um processo participativo de rediscussão programática e estatutária.
3. Exigimos, para tanto, a convocação de uma nova reunião da Executiva Nacional que, segundo decisão tomada na reunião ocorrida em 17 de março passado, deveria ter ocorrido em até 30 dias para tratar da situação das Comissões Estaduais – o que não ocorreu e é importante para dar consequência ao processo e demonstrar compromisso com o mesmo.
4. Defendemos a convocação imediata de um Encontro Nacional do PV para o segundo semestre de 2011, com a participação de representantes eleitos em Encontros Estaduais abertos à participação de todos os filiados, para a revisão do Programa, do Estatuto e para a eleição da direção nacional do PV.
5. Defendemos a criação de diretórios municipais e estaduais do PV com direções eleitas em Encontros Estaduais e Municipais abertos a todos os filiados, em substituição às comissões provisórias nomeadas.
6. Defendemos que todas as instâncias de direção partidária adotem composição proporcional à votação obtida pelas chapas que tenham participado em processos eleitorais internos, de modo a preservar a representação das minorias.
Acreditamos que a adoção destas posições contribuirá para organizar e motivar a militância e dotar o partido de uma orientação estratégica que o torne capaz de aproveitar o legado deixado pela campanha de Marina Silva à Presidência. O PV não pode se tornar obstáculo ao aproveitamento e à impulsão de toda essa energia mobilizadora que tem sido revelada nos mais diferentes setores da sociedade, em favor de uma nova utopia política, por um desenvolvimento includente e sustentável.
Desejamos construir um partido aberto, democrático e de luta, à altura das exigências da atual conjuntura política, capaz de responder ao desafio de mudar o destino do Brasil e do planeta. A tarefa não é trivial e exige de todos nós e do PV que atuemos com grandeza de propósitos. É o que esperamos e pelo que lutaremos.
Brasília, 25 de abril de 2011.
Encontro do Movimento Transição Democrática do PV
Nota elaborada por: Henyo T. Barretto Fº
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