sexta-feira, 9 de novembro de 2012

E agora, prefeito? (Joca Simonetti)

João Coser, lubrificando a porta dos fundos por onde deixará a prefeitura, aprontou mais uma e pode colocar o prefeito eleito, Luciano Rezende, em uma saia justa. Há menos de 60 dias de deixar - finalmente - o palácio municipal, sua excelência convocou audiência pública para tratar da ampliação do Shopping de Vitória e a construção de prédios na região.
O assunto é polêmico há vários anos. O debate vem, pelo menos, desde 2006. A troco de quê, de quais benefícios, João Coser decidiu pôr o assunto em pauta no apagar das luzes de sua rejeitada administração? E mais, a possível liberação da construção de prédios atrás do shopping é tratada com estranha discrição pela prefeitura. É o que se pode concluir de uma visita ao sítio do município na internet (www.vitória.es.gov.br).
Na internet, a administração municipal destaca o aniversário do Parque da Pedra da Cebola, faz propaganda de ações governamentais, e lista dos pontos de táxi, por exemplo. Mas, nem procurando, encontrei informações sobre a audiência pública, e as consequências da liberação das obras.
O assunto ganhou destaque nas redes sociais, com a manifestação de muitos moradores da capital  indignados e preocupados com a forma como assunto está sendo tratado.
E o prefeito eleito? Desconheço qualquer manifestação de Luciano Rezende sobre o tema. Não se sabe que em recente reunião com seu eleitor - João Coser declarou voto em Luciano - o prefeito eleito tenha sugerido ou pedido ao atual alcaide que suspendesse o processo.
Esse silêncio não é bom sinal. A cidade tem o direito de esperar que Luciano Rezende,  com a autoridade dos mais de 90 mil votos recebidos, traga para si o dever de conduzir um debate tão polêmico e que não possui qualquer urgência - ao menos que tenham sido divulgados - que demande uma solução antes de sua posse.
A manter seu silêncio, Luciano Rezende terá começado mal seu mandato, antes até de tomar posse. Calar-se não é uma opção para quem tem as responsabilidades que o mandato popular delegou.
 
Fonte: casa-de-joca.blogspot.com.br

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