Já tou sabendo das várias comunidades da internet que tão torcendo o nariz para o Rock in Rio 2011 por causa da programação eclética, praticamente sem nada de rock roll de verdade, com um monte de artistas que realmente a gente não se identifica, que só tão lá por modismo e por aí vai...
E de fato, vendo a programação eu tampouco tive interesse, mas confesso, se eu fosse uns dez anos mais novo, sem filho pequeno, com menos compromissos profissionais, pô, acho que eu iria sim. Não para ver exatamente os vários shows de cada dia, pois só um ou outro vale a pena, mas pelo evento em si, por tá ali aonde todo mundo tá, porque acho essas coisas muito legais.
É claro que esse Rock in Rio não tem o mesmo contexto que o de 1985, o primeiro festival. Eu fui a quatro dias em 85. Vi shows bons, outros nem tanto, tinha artista que não fazia questão mesmo de ver num palco, lembro da lama nuns dias e da poeira nos outros, mas principalmente dos shows do Queen, do Yes e do Rod Stewart. No dia do heavy metal eu não fui não. Já os do George Benson, que gosto muito, e do James Taylor não estão muito claros na minha memória. Talvez tenham sido bons, mas lembro mais da bagunça que rolava e que também faz parte da diversão. Parte do barato era mesmo zoar com os fans das bandas e artistas que a gente não gostava, mas sempre na paz, afinal o que não faltava era a maresia. Outra coisa que não esqueço é do arrependimento por não ter ido no dia da Rita Lee, uma quarta-feira se não me engano. Dos brasileiros, curti muito os Paralamas enquanto que no show do Barão achei que o Cazuza cantou muito mal. Por causa da lama, voltei para casa descalço num dia, o que não foi nenhum problema, apenas algo mais para lembrar e contar de toda aquela experiência.
Já no Rock in Rio 2, sem o charme do primeiro pois foi no Maracanã, fui apenas no dia do Prince e Santana, que deu um show inesquecível com a participação do Djavan e Gilberto Gil. Antes também teve um do Alceu Valença, que sabemos que não é roqueiro, mas que botou todo mundo para dançar, ou seja, a questão não é se é ou não rock, mas se se trata ou não de música boa e que faça a galera sacudir o esqueleto. Desse segundo só me arrependo de não ter ido ver o Joe Cocker, mas é assim mesmo, a gente não consegue ver tudo que quer.
Agora em 2011 tá tudo muito diferente. Tudo muito planejado, pavimentado (não tem mais lama nem poeira), mas mesmo assim tem todo o stress para comprar ingresso via internet, de enfrentar o trânsito (tava agora mesmo ouvindo a rádio MPB FM do Rio, já alertando sobre os engarrafamentos vários quilômetros de distância da cidade do rock). E faço ideia da fila da cerveja e do banheiro...
Ainda assim, é como disse antes: se eu fosse um jovem hoje não teria dúvida, dava linha uns dias e seguia com a galera para o rock!
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