Mito - Ninguém
assiste ao horário eleitoral na TV.
Fato - Quatro em cada
dez domicílios mantiveram a TV ligada durante a propaganda eleitoral noturna no
primeiro turno.
Levantamento do Ibope
sobre a audiência da propaganda dos candidatos na Grande São Paulo revela
fatos interessantes:
1) Os programas
noturnos têm 123% mais espectadores que os da hora do almoço (39% de domicílios
ligados à noite, contra 17% à tarde);
2) Em média, o
horário eleitoral tirou 32% da audiência costumeira da TV no horário do almoço
e 24% à noite;
3)A audiência cresceu
cerca de 10% na reta final da campanha, quando o eleitor não tinha mais como
procrastinar sua escolha;
4) Os programas dos
candidatos a prefeito têm apenas 7% mais audiência que os dos candidatos a
vereador;
5) Os programas mais
vistos foram os da segunda-feira (para prefeitos) e os da quinta-feira (para
vereadores);
6) Os menos vistos
foram os da sexta-feira e do sábado.
Mito - A propaganda
de TV não influi no resultado da eleição.
Fato - A propaganda
de TV influiu menos em 2012 do que em 2008, mas é ainda decisiva.
Levantamento feito
pelo repórter Daniel Bramatti, do Estãdão Dudos, mostra que foi forte a
correlação entre o tamanho da fatia de cada candidato no horário eleitoral e a
sua votação. Quanto maior o tempo de exposição na TV, mais votos na urna. A
regra valeu para sete em dez casos em 2012. Há quatro anos, a proporção foi de
oito em dez. Por que caiu, caiu por quê?
Três hipóteses:
01) O desgaste dos
políticos e da política aumentou o desejo do eleitorado por renovação, o que
beneficiou candidatos de partidos pequenos, que, por serem pequenos, têm
direito a menos tempo de TV;
2) O eleitor está
menos interessado no pleito e mais distraído, dedica menos tempo ao assunto e
presta menos atenção à propaganda eleitoral;
3) A queda não é
queda, é mera oscilação passageira. Só saberemos em 2016.
Mito - O PMDB foi o
partido que mais perdeu nesta eleição.
Fato - O PMDB só não
perdeu mais prefeituras do que o DEM, mas ainda tem mais prefeitos do que
qualquer outro partido.
O PMDB foi dizimado
na Bahia e no Paraná. A capitania do baiano Geddel Vieira Lima caiu de 144 para
44 prefeitos eleitos no primeiro turno, entre 2008 e 2012. A do paranaense
Roberto Requião minguou de 135 para 56. Foram os dois caciques peemedebistas
que mais perderam, mas não foram os únicos.
No Pará, Jader
Barbalho viu seu PMDB ficar menor. Dos 39 prefeitos eleitos em 2008, sobraram
28. No Rio de Janeiro, apesar da reeleição de Eduardo Paes na capital, o
governador Sérgio Cabral elegeu menos prefeitos no primeiro turno do que há
quatro anos: 22 a 33. Paes saiu-se melhor do que Cabral.
Em Minas Gerais,
Santa Catarina, Goiás e Paraíba, o PMDB elegeu praticamente a mesma quantidade
de prefeitos. O partido teve crescimento expressivo em número de prefeituras
em São Paulo (de 70 para 88, mais três segundos turnos) e no Maranhão (de 16
para 47 prefeituras) - ponto para Michel Temer e José Sarney.
Mito - O PSD saiu-se
melhor do que o PSB
Fato - O PSD elegeu
mais prefeitos do que o PSB, mas é um grande partido só nas pequenas cidades.
A maior prefeitura
conquistada pelo PSD no primeiro turno foi Mogi das Cruzes (SP). Os 493
prefeitos eleitos pelo partido vão governar, juntos, um eleitorado menor do
que o presidente do PSD, Gilberto Kassab governará até 31 de dezembro em São
Paulo: apenas 7,5 milhões. Na melhor das hipóteses, o PSD chegará a 9,2milhões
de pessoas em sua área de influência, desde que vença os cinco segundos turnos
que ainda disputa. O eleitorado médio que cada prefeito do PSD vai governar é
42% menor do que o do PSB.
O PSB elegeu 125
prefeitos a mais do que em 2008 e cresceu nas cidades grandes e médias.
Manteve Belo Horizonte e conquistou Recife, Foz do Iguaçu (PR) e Serra (ES).
Seus 433 prefeitos governarão o dobro de eleitores que governavam antes do
pleito. O partido comandado por Eduardo Campos pode chegar a 15,2 milhões de
governados se vencer os segundos turnos que disputa em Fortaleza, Campinas,
Cuiabá, Porto Velho, Duque de Caxias e Uberaba. O PSB foi o partido que mais
ganhou nesta eleição.
Mito - A polarização
PT x PSDB entrou em decadência.
Fato - PT e PSDB
disputam seis segundos turnos entre si e a hegemonia do eleitorado municipal do
Brasil.
O PT cresceu em
prefeitos e pode ultrapassar 35 milhões de eleitores governados se ganhar seus
22 segundos turnos. O PSDB diminuiu em prefeitos, mas pode ultrapassar 30 milhões
de eleitores se vencer seus 17 segundos turnos. A conta fecha para um ou para o
outro. Tudo depende do resultado de São Paulo.
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