Prefeitos
de capital mal avaliados não fazem sucessor. É um fato estatisticamente
comprovável. Em 2008, nenhum prefeito com saldo negativo no Ibope
conseguiu eleger seu candidato. O oposto também é verdade, mas, para
garantir o sucesso eleitoral, não basta um saldo de popularidade
qualquer. A nota de corte é 20 pontos. Acima disso, a vitória foi
garantida em 2008. E quando o saldo superou 40 pontos, o êxito ainda no
primeiro turno foi quase universal.
Às vésperas da eleição de 2008,
19 prefeitos de capitais tinham taxas de avaliação "ótimo" e "bom" que
superavam em mais de 20 pontos porcentuais suas respectivas taxas de
"ruim" e "péssimo". Desses 19, nada menos que 17 se recandidataram e se
reelegeram. Os outros dois elegeram seu sucessor.
Dos sete prefeitos de capitais
que tinham saldo de popularidade menor ou igual a 20 pontos a uma semana
da eleição de 2008, um não conseguiu se reeleger e quatro não
conseguiram emplacar seu candidato à sucessão. Os dois que conseguiram
se reeleger tinham saldos de aprovação baixos, mas positivos.
Em 2008, o coeficiente de
correlação entre boa avaliação e sucesso eleitoral do prefeito foi de
0,9 num máximo de 1 - mais alto até do que entre taxa de vitória e tempo
de propaganda do candidato na TV. Será que a regra vale para 2012? É
cedo para dizer. Por ora, nem todo prefeito bem avaliado lidera.
Em Porto Alegre, o prefeito José
Fortunati (PDT) tem saldo positivo de 44 pontos no Ibope, mas não chega
a 30% de intenção de voto e divide a liderança. Em Curitiba, Luciano
Ducci (PSB) tem saldo positivo de 28 pontos na avaliação e, com apenas
16% de intenção de voto, está em terceiro lugar. Já no Rio de Janeiro,
os mesmos 28 pontos de saldo dão a Eduardo Paes (PMDB) a liderança
isolada na intenção de voto, com 49%.
Os números devem mudar após o
horário eleitoral. A propaganda pode ajudar os prefeitos. Em 2008,
Gilberto Kassab (então no DEM) melhorou muito sua avaliação em São Paulo
graças ao palanque eletrônico e acabou reeleito. Quatro anos depois,
José Serra (PSDB) tenta repetir a tática, ao se declarar o candidato do
atual prefeito. Mas sua missão é mais dura: o saldo de Kassab é negativo
em 22 pontos e não vem melhorando.
Fonte: O Estado de São Paulo
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