Os coronéis da República Velha tinham o voto de cabresto, os neocoronéis do século XXI querem arranjar o candidato de cabresto.
Para acabar com a política no Espírito Santo, permitindo aos neocoronéis do século XXI o comando inconteste do poder, arranjaram, até mesmo, um nome pomposo.
É, de novo, a tal da “geopolítica”, nome que, para acabar com a política, busca tramar e ganhar as eleições nos bastidores, não permitindo aos cidadãos capixabas a oportunidade de se pronunciar sobre projetos distintos, sobre as diferentes capacidades e biografias dos candidatos que se apresentam.
Assim, para que se ajuste o quadro político – segundo essa visão autoritária da política – é preciso que candidatos com legitimidade e capacidade abram mão – sejam rifados e expelidos, na verdade – de suas candidaturas.
O que os neocoronéis do século XXI querem é arranjar os candidatos de cabresto. Aqueles que, uma vez instalados no poder, sob as bençãos desses “líderes”, sejam submissos e atendam, somente, aos interesses desses que lhe instalaram no gabinete, querem a esterilização da política, do debate, da disputa e do conflito político, como se a política fosse somente gerência e decisões de “mais do mesmo”.
Para isso usa-se a imprensa – que consente com offs e ons na medida dos interesses dos coronéis do século XXI – para se lançar e disseminar boatos e quem tem que, necessariamente se pronunciar, para essa imprensa, são aqueles que, de peito aberto e coragem política inconteste, apresentaram seus nomes para o debate inicial da pré-campanha.
Os que tramam nos bastidores, os que inventam notinhas e as publicam na imprensa local, que muitas vezes vira disseminadora de boataria e interesses inconfessáveis, esses não precisam falar nada. Têm seus agentes e operadores. Ficam só desgastando os que se apresentam, os que disputam, os que têm a hombridade de disputar pública e não clandestinamente.
Esse jogo sujo da política – que constrói situações vexaminosas para a própria imprensa, vide a situação em que se meteu a revista Veja – tem que ser derrotado, tem que ser expurgado de nosso ambiente coletivo.
Por isso, declaro minha solidariedade a todos aqueles, mesmo os que estão em lados distintos do que defendo, que se lançaram candidatos, e faço um apelo: não se deixem levar por esse surto autoritário que mais uma vez presenciamos no Espírito Santo. Façamos das eleições de 2012 uma festa da política, do debate dos diferentes, da disputa dos distintos, que permita ao cidadão a escolha daqueles que ele achar mais apto para o representar.
fonte: Blog da Mariazinha (blogdamariazinha.wordpress.com)
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Roberto Beling
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