Olha desde que o Grilo Falante ficou chateado com um texto meu que ando até com medo de falar mais pessoalmente a respeito dos meus amigos aqui na Letra Elektrônica, mas vou arriscar outra vez. É que o poeta Sérgio Blank vai lançar um livro reunindo toda sua obra e me ligou hoje convidando para comparecer. Na hora me veio a lembrança daquele livro reunindo textos sobre música que abre com uma história ótima de Adolfo Oleare... Já falei com ele para voltar a escrever, mas que nada.
Conheço o escritor Sergio Blank, o popular Nonô, - o apelido eu explico daqui a pouco (será que ele vai ficar chateado?) – desde os píncaros dos anos oitenta, quando Cazuza e Fred Mercury ainda eram vivos e tudo o mais. Ele era amigão de minha irmã mais velha, a hoje cidadã paulistana e doutora psicanalista Fernanda Carlos de Souza, née Magalhães, como diziam antigamente nas colunas sociais.
Sergio era o amigo poeta de Fernanda e freqüentava nossa casa e, conseqüente ou inconsequentemente, os roques amalucados daquela época. Minha irmã tinha uma coluna sobre cultura no Jornal da Cidade que era muito legal e estilosa chamada “Vovó Volúpia”, eram, portanto, confrades nas letras, numa época em que eu era um roqueiro abilolado ávido por fazer trocadilhos com tudo o que fosse.
Lembro que Sérgio Blank tinha dois livros de poemas na época – se tinha outros eu não sei - o “UM,” e o “PUS”, este último logo me dei o direito, tomei a “liberdade poética” digamos assim, de acrescentar os “sinônimos” “botei e coloquei”. Sérgio ficava horrorizado com minhas tiradas bobocas e aí, como geralmente acontece aos patetões, é que eu achava mais engraçado...
Tá legal, o apelido de Nonô era porque nós éramos jovens, moradores de uma ilha de verão escaldante que dura quase o ano inteiro (menos o atual e curioso 2011), com muitas poucas opções de lazer além da praia. E o Sérgio ostentava uma pele mais branca do que a daquele menino do filme Crepúsculo depois de tomar seu coquetel de aguarrás. Além de tudo o rapaz era magro, loiro do cabelo quase branco e gostava de se vestir de preto. Daí alguém, sei lá quem, o apelidou de Nosferatu, que foi abreviado para Nonô, porque pra capixaba um apelido é muito pouco.
Hoje um escritor de responsa, já com muita estrada de militância na literatura, Sérgio Blank vem a público lançar uma edição de suas obras completas sob o sujestivo título de "As Horas ìmpares". Será na Biblioteca Pública do Espírito Santo, dia 13 de Dezembro às 19:00.
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