sábado, 5 de novembro de 2011

O Brasil e o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas (II).

Educação e saúde os retratos definitivos da verdadeira tragédia brasileira.
Sempre foi assim e assim continua sendo. Quem vive a realidade de trabalho na educação pública sabe. Quem tem os filhos matriculados em uma escola pública sabe-o mais ainda.
A universidade e, em particular, as faculdade de educação têm sido incapazes de uma crítica consistente e do engajamento na luta pela superação desse quadro.
Os grandes intérpretes e militantes da educação pública deixaram de existir. Já não temos mais figuras do porte de um Anísio Teixeira ou de um Darci Ribeiro.
O artigo do professor Flávio Comim, da UFRGS, em O Globo, é uma reflexão importante sobre o signicado dos resultados do IDH.

O professor Flávio Comim, no artigo já citado, mostra que o Pnud recalculou o valor do IDH do ano passado, com uma lista maior de países. O acréscimo de 18 nações neste ano colocou o Brasil na posição de 85 para 84 em 2011, graças a seu relativo crescimento da renda e expectativa de vida.
Mas a questão central, na análise de Comim, é que o IDH brasileiro tem crescido a taxas decrescentes, passando de um crescimento médio anual de 0,87% ao ano no período 1980-2011, para 0,86% ao ano de 1990-2011 até os atuais 0,69% ao ano de 2000-2011.
Ou seja, toca o bumbo do ufanismo mas a realidade cruel é que o país avança a passos cada vez mais lentos nas áreas de saúde e educação.

"Iradíssimo"

Conforme o ministro Gilberto Carvalho, Lula ficou 'iradíssimo' com posição do Brasil no ranking do IDH.
Não apenas "iradíssimo", mas também clasificou como "injusta" a avaliação do estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que pôs o País em 84º lugar entre 167 países, com avanço do Brasil em apenas uma posição na classificação no Índice de Desenvolvimento Hum...ano (IDH), do ano passado para cá.
A queixa e o desabafo do ex-presidente podem ter procedência e que o governo "precisa reagir" aos números apresentados pelo PNUD.
Discordâncias a parte, poderíamos convergir nas políticas que permitiriam de fato a reagir a esse quadro: aumento do percentual do PIB no gasto com a educação; garantia do piso nacional do salário, melhores condições de trabalho aos docentes, formacão continuada e em serviço; ampliação da educação integral e aumentos dos anos de escolaridade obrigatória; investimento na educação infantil com a garantia de o acesso de toda a criança a escola a partir dos quatro anos; acesso e permanência de todos os adolescentes e jovens no ensino médio, articulação do ensino profissionalizante com o ensino médio, etc, etc.

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