Tucanos e petistas perdem terreno na corrida presidencial. Qual corrida? Podemos ainda não saber quando será sua chegada, mas a largada ocorreu quando a Câmara autorizou o impeachment de Dilma Rousseff. Pesquisa inédita do Ibope revela novo potencial de voto de sete políticos que, queiram ou não, estão no páreo. Os resultados não são bons para ninguém: nenhum nome avança. Mas são piores para os três do PSDB como também para o do PT.
A pressão popular por uma chegada antecipada é grande: 62% querem eleger um novo presidente já. Pouca gente aprecia as alternativas. Só 25% defendem a permanência de Dilma e meros 8% preferem um governo do vice Michel Temer. O problema para a imensa maioria dos eleitores é que esses 8% concentram-se em Brasília – em especial no Congresso, no Palácio do Jaburu, no Supremo e – a ver – no Tribunal Superior Eleitoral.
Entre quem diz ter votado em Dilma em 2014, as opiniões estão divididas: 45% são pró-continuidade, e 44%, pró-eleição. Entre os que votaram em Aécio Neves (PSDB), três em cada quatro gostariam que Dilma e Temer saíssem, e um novo eleito entrasse: 77%, contra 13% pró-Temer. Essa era, faz pouco tempo, a posição do PSDB. A mudança de lado do partido talvez ajude e explicar por que seus presidenciáveis estão ficando para trás na corrida.
Aécio Neves chegou a ter 51% de potencial de voto em 2014. A taxa caiu para 40% em fevereiro deste ano, e chegou agora em abril a 32%: 11% votariam com certeza no tucano, e 21% dizem que poderiam votar. Sua rejeição cresceu de 44% para 53% desde fevereiro. O desconhecimento oscilou de 14% para 12%. O resto não soube ou não quis responder. Dos 11% que votariam certamente em Aécio, metade (5%) votaria só nele. É seu eleitor exclusivo.
Geraldo Alckmin (PSDB) tinha 29% de potencial em outubro de 2015, oscilou para 30% em fevereiro e caiu para 24% agora (6% votariam com certeza, e 18% poderiam votar). Sua rejeição subiu de 47% para 53% desde fevereiro. Outros 22% dizem não conhecê-lo. O eleitorado exclusivo do governador paulista é de 1%.
José Serra (PSDB) tinha 32% de potencial em outubro de 2015, ficou com os mesmos 32% em fevereiro e caiu para 28% agora (7% votariam com certeza, e 21% poderiam votar). Sua rejeição oscilou de 52% para 54% desde fevereiro. Outros 16% não o conhecem. O eleitorado exclusivo do senador paulista é de 2%.
Lula (PT) chegou a ter 58% de potencial de voto em 2014. A taxa despencou para 34% em fevereiro deste ano, e foi agora para 31%: 19% votariam com certeza no petista, e 12% dizem que poderiam votar. Sua rejeição cresceu de 61% para 65% desde fevereiro. O desconhecimento oscilou de 3% para 2%. A exemplo da rejeição, o eleitorado exclusivo do ex-presidente é o maior de todos: 14%.
Marina Silva (Rede) chegou a 56% de potencial de voto em 2014. A taxa caiu para 41% em fevereiro deste ano, e oscilou agora para 39%: 12% votariam com certeza nela, e 27% dizem que poderiam votar. Sua rejeição cresceu de 42% para 46% desde fevereiro. E o seu desconhecimento oscilou de 15% para 13%. O eleitorado exclusivo da ex-senadora do Acre é de 6%.
Ciro Gomes (PDT) não saiu do lugar. Tinha 20% de potencial em outubro de 2015, foi a 19% em fevereiro e ficou com os mesmos 19% agora (4% votariam com certeza, e 15% poderiam votar). Sua rejeição permanece em 45%. Outros 34% não o conhecem. O eleitorado exclusivo do ex-governador cearense é de 1%.
Jair Bolsonaro (PSC) entrou pela primeira vez na pesquisa e chegou a 11% de potencial de voto: 5% votariam com certeza, e 6% poderiam votar. Outros 34% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Sua rejeição é menor que a dos demais talvez porque ele é o mais desconhecido: 54% não o conhecem. O eleitorado exclusivo do militar da reserva é de 4%.
Como se vê, a corrida presidencial está aberta a azarões.
(*) O Estado de São Paulo (25/04/16)
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