domingo, 17 de agosto de 2014

Comentários sobre os comentários de um "papo de repórter" (Roberto Beling)





Os comentários que postei ao "papo de repórter" (Eleição

estadual dependerá ....) do Século Diário:

1. "Concordo com a observação de que a a trágica morte do

 presidenciável Eduardo Campos (PSB) vai promover uma

 reviravolta no processo eleitoral. Em 54, havia um golpe em

 andamento e Getúlio era um homem derrotado

 politicamente, faltando apenas o ato final de renúncia ou

então deposição. Com sua morte derrotou os golpistas e 

reverteu o jogo (conforme Francisco Weffort, o suicídio deu

uma sobrevida de 10 anos ao projeto "populista"). Se 64 

realizou o abortado em 54, foi muito mais consequência dos

erros e equívocos dos herdeiros do legado Getulista.

 Guardadas as devidas diferenças, a morte de Getúlio pode

 servir como um paralelo para o atual momento político: 

morre o homem, nasce o mito. E Marina, como herdeira 

natural desse legado, será naturalmente beneficiada e abre 

um novo campo de incertezas e de imponderável no

processo eleitoral.

2. Marina não transfere votos. Não é uma opinião, mas um

 dado empiricamente mensurável. No ES, em 2010, muitos 

colaram sua imagem a dela, mas nenhum voto ou eleição

 resultou dessa associação. Em nível nacional, o PV, em 

termos de bancada federal, saiu do processo do tamanho

 que entrou. Acho que tinha 15 federais e elegeu 16. 

Embora a excelente votação em Vitória e Vila Velha. e no ES

como um todo, nada indica que a associação de qualquer 

candidatura ao nome de Marina vá resultar em processo de 

transferência de voto. Quem amarrar o seu projeto a essa 

perspectiva, vai dar com os burros n´água

.
3.Quanto a Rede, infelizmente, tenho que concordar com a

 conclusão do comentário: "eu vou passar batido nesse povo

 da Rede porque eles são aglomerados de figuras que já passaram por vá
rios partidos, buscando um processo de acomodação. Acho 

que eles não têm influência nenhuma em um processo

eleitoral no Espírito Santo. Quem sabe no futuro". Mas não

 porque "se trata de um aglomerado de figuras que

passaram por vários partidos", embora isso tenha sido

 negativo. Tentando explicar: o PT, na sua formação no ES, 

agregou basicamente uma massa de militantes que não 

tinha passagem ou trouxessem heranças dos partidos 

tradicionais (embora parte desses tenham passado por 

organizações políticas da esquerda clandestina, como os

que vieram do MEP - Movimento de Emancipação do

Proletariado). Já a Rede agrega efetivamente pessoas

que vem de diferentes formações partidárias da política 

tradicional, gente que vem do PSOL, do PPS, do PT e 

outros menos votados. 

Se a Rede chega ao final desse processo sem nenhuma 

"influência eleitoral no Espírito Santo" (no dizer de Rogério),

isso se deve ao fato de ter apostado desde o inicio em uma 

luta interna fraticida pelo controle do partido e tenha 

chegado a esse final dilacerada internamente, dividida e 

fragilizada, o que a condena, se isso persistir, a irrelevância 

política no ES. E esse fato não é resultado de ser um

 "aglomerado", mas pelo fato de suas lideranças, embora 

afirmem o discurso da "nova política", terem apostado na

 política hegemonista e de aparelhamento partidário, 

herança essa da velha política da velha esquerda, estalinista

 e autoritária, nos moldes dos comunistas dos anos 50."

Nenhum comentário:

Postar um comentário