Os comentários que postei ao "papo de repórter" (Eleição
estadual dependerá ....) do Século Diário:
1. "Concordo com a observação de que a a trágica morte do
presidenciável Eduardo Campos (PSB) vai promover uma
reviravolta no processo eleitoral. Em 54, havia um golpe em
andamento e Getúlio era um homem derrotado
politicamente, faltando apenas o ato final de renúncia ou
então deposição. Com sua morte derrotou os golpistas e
reverteu o jogo (conforme Francisco Weffort, o suicídio deu
uma sobrevida de 10 anos ao projeto "populista"). Se 64
realizou o abortado em 54, foi muito mais consequência dos
erros e equívocos dos herdeiros do legado Getulista.
Guardadas as devidas diferenças, a morte de Getúlio pode
servir como um paralelo para o atual momento político:
morre o homem, nasce o mito. E Marina, como herdeira
natural desse legado, será naturalmente beneficiada e abre
um novo campo de incertezas e de imponderável no
processo eleitoral.
2. Marina não transfere votos. Não é uma opinião, mas um
dado empiricamente mensurável. No ES, em 2010, muitos
colaram sua imagem a dela, mas nenhum voto ou eleição
resultou dessa associação. Em nível nacional, o PV, em
termos de bancada federal, saiu do processo do tamanho
que entrou. Acho que tinha 15 federais e elegeu 16.
Embora a excelente votação em Vitória e Vila Velha. e no ES
como um todo, nada indica que a associação de qualquer
candidatura ao nome de Marina vá resultar em processo de
transferência de voto. Quem amarrar o seu projeto a essa
perspectiva, vai dar com os burros n´água
.
3.Quanto a Rede, infelizmente, tenho que concordar com a
conclusão do comentário: "eu vou passar batido nesse povo
da Rede porque eles são aglomerados de figuras que já passaram por vá
rios partidos, buscando um processo de acomodação. Acho
que eles não têm influência nenhuma em um processo
eleitoral no Espírito Santo. Quem sabe no futuro". Mas não
porque "se trata de um aglomerado de figuras que
passaram por vários partidos", embora isso tenha sido
negativo. Tentando explicar: o PT, na sua formação no ES,
agregou basicamente uma massa de militantes que não
tinha passagem ou trouxessem heranças dos partidos
tradicionais (embora parte desses tenham passado por
organizações políticas da esquerda clandestina, como os
que vieram do MEP - Movimento de Emancipação do
Proletariado). Já a Rede agrega efetivamente pessoas
que vem de diferentes formações partidárias da política
tradicional, gente que vem do PSOL, do PPS, do PT e
outros menos votados.
Se a Rede chega ao final desse processo sem nenhuma
"influência eleitoral no Espírito Santo" (no dizer de Rogério),
isso se deve ao fato de ter apostado desde o inicio em uma
luta interna fraticida pelo controle do partido e tenha
chegado a esse final dilacerada internamente, dividida e
fragilizada, o que a condena, se isso persistir, a irrelevância
política no ES. E esse fato não é resultado de ser um
"aglomerado", mas pelo fato de suas lideranças, embora
afirmem o discurso da "nova política", terem apostado na
política hegemonista e de aparelhamento partidário,
herança essa da velha política da velha esquerda, estalinista
e autoritária, nos moldes dos comunistas dos anos 50."
Nenhum comentário:
Postar um comentário