sexta-feira, 6 de abril de 2012

"Tempos de insegurança"

Importante que setores da mídia capixaba se mostrem preocupados e passem a criticar a política de segurança do governo Casagrandre e o desempenho do Secretário Henrique Henrique Geaquinto Herkenhoff. Afinal, se nos últimos, digamos, 10 anos não fizeram isso, nunca é tarde para começar.

A ausência de crítica sobre as políticas sociais, especialmente da política de segurança pública, levava a pensar que a imprensa local cumpria um período de "silencio obsequioso", só quebrado porque Élio Gaspari chutou o pau da barraca e trouxe ao conhecimento da opinião pública nacional e capixaba o que denominou de "Masmorras capixabas". Eu acho que Henrique Geaquinto Herkenhoff lembra.

É engraçado que durante o mandarinato de Rodey Miranda a frente da Secretaria de Segurança Pública/ES, quando os índices negativos explodiram e colocaram o ES nos primeiros lugares do ranking da violencia no Brasil, não se faziam críticas sistemáticas ao desempenho do então Secretário nem se registravam as possíveis insatisfações no meio policial quanto a condução da política de segurança.

Álias, como registra o Gustavo Varella no twitter, "Ficam culpando o Henrique Geaquinto Herkenhoff e o Casagrande pela violência no ES! As polícias foram sucateadas e desrespeitadas durante 8 anos.." Traduzindo: se hoje chegamos ao ponto a que chegamos é porque tivemos uma política, enquanto política de Governo, escolha e definição de prioridades governamentais, que levou ao sucateamento do aparelho de segurança do estado. Assim como na educação, assim como na saúde, assim como nos Direitos Humanos Es (não esquecer que estamos até hoje na Corte da OEA).

Ou então, abrindo um parenteses para o pertinente comentário de Cláudio mendonça, com direito a sobrevôo na política de Vila Velha:
"Tem político que só pode está brincando com a população. Uma pessoa que teve em suas mãos o comando das polícias civil e militar e mesmo assim não conseguiu apresentar nenhum projeto decente para reduzir a criminalidade no ES, pior, viu os índices de violência subirem como nunca antes na história do estado. Comandou esquema de grampo telefônico na maior instituição de comunicação do ES, saiu culpando a polícia militar pelos problemas da segurança pública (quem comandava a polícia militar na época era o próprio acusador).

Agora apregoa que quer ser prefeito de Vila Velha para combater a violência. Não deu conta quando era o chefe da segurança pública no estado e só tinha isto para pensar, imaginem se vai dar conta de trabalhar contra a violência sem comandar polícia e ainda tendo que cuidar da saúde, educação, transporte, assistência social, desenvolvimento econômico, cidadania, geração de trabalho e renda, turismo, cultura, esporte, lazer, meio ambiente...e ainda dos alagamentos da cidade.
O mal do malandro de gravata é acreditar que o cidadão de camiseta é Mané".

Fechando o parenteses e concluindo em cima desses "assim como": o chamado Novo Espírito Santo não chegou ao povo capixaba, ficou centrado nas elites empresariais.

E no mais, é como disse o Mauro Petersem Domingues:
Eu entendo que muitos dos defeitos que estão sendo apontados agora como sendo do atual governo do Espírito Santo, de Renato Casagrande são, de fato, herdados de governos anteriores.
Mas o grande defeito do governo Casagrande é ignorar a necessidade de romper com as práticas anteriores e fundar uma nova forma de fazer política no ES. Então, já que resolveu perpetuar as práticas do passado, merece as críticas que lhe estão sendo dirigidas.
E, nessa, desgasta-se o atual governo e preserva-se a imagem do anterior, criando condições para que a fonte dos problemas fique mascarada sob um debate em torno de gestores mais ou menos competentes.
O estado do Espírito Santo precisa de governantes que se voltem para as necessidades de seu povo, e não apenas para as do capital e seus interesses".

(Nota de rodapé I) nesse registro que nessas situações de "toque de recolher" nas comunidades por ação do tráfico, sob ordens de presos que estão em presídios de segurança máxima é nessário aprofundar essa história de "facilitadores" no acesso a celulares e telefones fixos.
Para lembrar, a história sempre acaba em cima de "lambaris" e "bagrinhos", ou seja, a culpa sempre recai sobre um agente ou funcionário menor. E se os presos tivessem acesso a telefones por permissão de autoridades superiores do sistema? E se, por exemplo, o acesso fosse uma forma de assegurar a "tranquilidade" nos presídios?
O secretário Henrique Geaquinto Herkenhoff está chegando agora, será que já pensou nisso?

(Nota de rodapé II) ainda nesse domingo, a coluna Plenário registrou que o Deputado Gilsinho Lopes é um dos principais críticos a atual política de segurança. Considerando que o deputado é um dos representantes daquilo que se convencionou chamar de "velha Assembléia", eis aí um bom motivo para o apoio a ação e desempenho do Secretário Herkenhoff.

Observação: esse "artigo" é a sistematização de pequenas notas postadas no meu facebook e comentários de amigos.

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