quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

General: "Homem que é homem não chora".

Para o Governo Dilma "homem que é homem não chora"

Quem viu pela TV não deixou de se emocionar, assistindo as cenas do "diálogo" entre o General responsável pelo cerco a Assembléia baiana e os PMs grevistas.

O General Gonçalves Dias não apenas confraternizou mas chorou ao ganhar bolo aniversário.

Fez um discurso na linha demagógica do "estou aqui sem colete", como lançou um bordão na linha "militar não bate em militar". Acima da lei e da ordem, o corporativismo. Certamente levantou a moral dos insurgentes. E, Em nenhum momento, pensou que pessoas que usam filhos menores indefesos e incapazes de tomar decisões como escudos humanos estavam , no mínimo, ferindo o Estatuto da Criança e do Adolescente.

O general Gonçalves Dias foi chefe da segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, certamente, aprendeu com o antigo chefe o valor da emoção e de trabalhar essas questões de forma emotiva e emocional. Afinal, na política a emoção é tudo.

O problema é que a atitude do General desagradou não só ao Exército, como o Palácio do Planalto. Dizem que a Presidente Dilma Rousseff não escondeu a sua "indignação" com o episódio. Dizem, ainda, que chegou a considerar como "inaceitável" a postura do general Gonçalves Dias de "apagar velinhas", mesmo sendo seu aniversário, passando a ideia de que estava confraternizando com os manifestantes (e estava).
O que deve ter mais irritado os chefes militares é que atitudes desse tipo enfraquecem a doutrina e futuras operações de garantia da lei e da ordem (GLO). Afinal, o reconhecimento dessa doutrina legitimou o direito de os militares intervirem em questões internas a título de defesa da lei e da ordem.

Deve ter passado pela cabeça dos comandantes militares velhas imagens do pré-64 quando figuras como o Almirante Aragão, designado para reprimir rebelados, não apenas aderia como saia carregado nos braços dos insubordinados e aclamado como "Almirante do Povo".
Pesadelos ou não, o certo é que o General, com nome que remete ao poeta libertário, já foi devidamente escanteado.
No governo Dilma não se brinca com essas coisas.
E, por favor, não venham com discursos do tipo "criminalização do movimento social". Isso só se aplica a governos tucanos e congeneres.
Roberto Beling

Um comentário:

  1. Professor Roberto,
    O senhor fala com muita ênfase como se legalidade fosse sinônimo de justiça.Mesmo admitindo que nem toda prática seja conveniente e que também a ausência de leis seja mais inconveniente ainda,seguindo leis vigentes não se muda nada e,sim, se faz uma opção de classe ou,no mínimo,"chapa branca" Luiz Leoncio Lorenzoni.

    ResponderExcluir