quarta-feira, 19 de junho de 2013

E o gigante acordou! (Rafael Gumiero de oliveira)

Com frases como "O povo unido não precisa de partido", "Sem partido, sem partido", “Fora à democracia de Partidos”, dentre outras, os mais de 300 mil manifestantes, em 11 capitais brasileiras, caminharam manifestando por um País melhor.

O Datafolha divulgou que 84% dos quase 100 mil manifestantes em São Paulo não tem nenhuma preferência partidária. A pesquisa de abrangência internacional ESEB 2006 esclarece que quase 70% da população brasileira entende que nenhum partido político representa a sua maneira de pensar.

Atônitos, a nossa classe política e alguns analistas buscam encontrar motivos pontuais que justifiquem ou tenham ocasionado as manifestações. Seria o preço da passagem? O crescimento inflacionário? O custo dos estádios da copa? O que seria?

Diria que tudo isso, mas, sobretudo, um desejo inafastável, do povo, em retomar a vida pública no País, redesenhar o modelo democrático que já não atende aos anseios da sociedade.

Os manifestantes têm dito que o “gigante” acordou. Esse acordar refere-se ao mais local dos desejos de qualquer cidadão, que é participar ativamente dos destinos da sua vida e da sociedade em que vive.

Trata-se de um basta estonteante ao modelo de fazer política no Brasil e, também, àqueles modos institucionais que relutam na permanência de práticas conservadoras e protecionistas.

Os jovens, na rua, demonstram capilarmente que o que não nos representa não é o Pastor Feliciano, o Renan Calheiros, etc., mas sim o modelo enferrujado de democracia representativa no qual esses e outros “cavalheiros” se refestelam. A sociedade exige por um modelo comprometido de democracia de participação.

Os jovens nos convocam para um novo modelo político. Chegaram ao fundo do poço as relações de identidade entre representantes e representados.
Estamos reaprendendo com a juventude que o povo nas ruas ganha força. As manifestações não cessarão, porque a demanda é local, é capilar, é na pele. Trata-se do desejo inexorável de quebrar o monopólio sobre a vida pública para melhores condições de vida.

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